domingo, 3 de junho de 2012


Maria Rodrigues Peixe
Alba Valdez


Amigos e conterrâneos de Itapajé, hoje abordarei um pouco mais uma das mais ilustres personalidades do Ceará e do Brasil. Alguma coisa já foi dita sobre Alba Valdez, no entanto, é preciso que conheçamos melhor nossa ilustre conterrânea. 
Nasceu em São Francisco da Uruburetama, atual Itapajé, em 19 de dezembro de 1874 – sábado. Nome de batismo: Maria Rodrigues Peixe. Cronista, Jornalista, Crítica Literária e Romancista, muito cedo adota o pseudônimo de: Alba Valdez.
Diplomou-se pela Escola Normal do Ceará, dedicando-se ao Magistério, ao Jornalismo e aos Estudos Literários. Colaborou com vários jornais e revista aos quais fornecia trabalhos, contos e crônicas altamente apreciados.
Sócia efetiva do Instituto do Ceará e dedicada presença na Academia Feminina de Letras, que teve como Patrona a escritora tauaense Francisca Clotilde. (Ao ser fundada a Academia Feminina de Letras, em Fortaleza, sua ex-aluna da Escola Normal de Fortaleza, Alba Valdez, a fez sua madrinha). Foi à primeira mulher a ingressar na Academia Cearense de Letras. Na Academia Cearense ocupou a cadeira n.° 2, patronímica de Álvaro Martins.
Em Dezembro de 1901 publicou uma serie de contos enfeixados em um livro sob o titulo “Em Sonho”, (120 páginas). Edita  em Março de 1906 seu 2.o livro com o titulo de “Dias de luz - Recordações da adolescência”, editado em Fortaleza, pela  “Typographia Minerva”,  de Assiz Bezerra.
Fundadora da Liga Feminista Cearense e a segunda no Instituto do Ceará, além de professora do Grupo Escolar Nogueira Accioly. Ativa integrante da Padaria Espiritual, magnífico Grêmio Literário de Fortaleza. Fez parte do Centro Litterario, da Bohemia Litteraria e da Iracema Litteraria”. (Centro Literário, da Boemia Literária e da Iracema Literária).
Cooperou com “O Unitário”, Diário do Estado”, “Jornal do Comércio”, “O Povo”, “Revista do Instituto do Ceará” e “Revista da Academia Cearense de Letras”.
Grande e bom êxito alcançou Alba Valdez, quando viu alguns capítulos de seu livro de contos “Em Sonho”, traduzido em um país escandinavo, a Suécia, pelo importante escritor Dr. Goron Bjorkman, e publicados no “Illusteradt Hwad Nytt” de Estocolmo.
Em 1904, funda a Liga Feminina Cearense, cuja finalidade era trabalhar pelo desenvolvimento cultural da mulher do Ceará, sendo sua primeira presidenta. Não exagerou Antonio Sales quando passou a chamá-la de “Alba Val Dez”.
Itapajé a homenageia com o nome de uma rua central. A proposição de tal lei, que recebeu o n.º 1209, de 19 de fevereiro de 1993, foi uma iniciativa do vereador à época, Julimar Teixeira Sampaio e do prefeito municipal: João Batista Braga. Em documento – Revista do Instituto do Ceará, do ano de 1946, da página 299 a 313, constam todas as sessões realizadas no período de 5 de janeiro de 1946 a 20 de dezembro de 1946, daquele Instituto, em que nossa conterrânea se encontrava entre seus pares de diretoria. (Cópia desse documento encontra-se em meu poder, para maiores detalhes).
Iniciou-se na literatura com o livro Em Sonhos, de contos, em 1901. A seguir publicou Dias de Luz, em 1907, como visto acima. Deixou vasta obra. Teve narrativas curtas traduzidas para o sueco, como visto acima e para o francês. Faleceu em 5 de fevereiro de 1962 - Segunda feira, aos 87 anos de idade. Foi sepultada no Cemitério de São João Batista, na capital cearense. Abaixo um pouco de sua obra:

NO MUCURIPE
(Alba Valdez, História Literária do Ceará, 1951)

O Mucuripe é uma visão Marinha,
Fala ao senhor nas folhas dos coqueirais;
Nas horas que proclama os jangadeiros
Olham do mar, a plácida igrejinha.

Se a tarde vem, a multidão se apinha
Nessa rude alegria dos peixinhos;
O sol golfeja sangue nos outeiros,
Beijando a enseada, a vaga borbolenha.

Olhos no Azul, ao som d’ Ave Maria
Uma velinha no portal sentada,
Reza contrita e o neto acarecia...

Na retina, no pranto morejada,
Retrata o filho que partira um dia,
E em vão pergunta o mar pela jangada.




FRASE DO DIA

“Dispenso o aplauso dos ignorantes”. - (Illiteratum plausum non desidero). Fedro.

4 comentários:

  1. Boa tarde, estou escrevendo sobre Alba Valdez no meu doutorado em Letras pela UFPB, gostaria de saber se você ou a cidade tem algum arquivo sobre Alba, se há algum registro de visitas dela a cidade, se o sítio Espírito Santo onde ela nasceu ainda existe? Qualquer informação é importante. O cartório tem sua certidão de nascimento? Keyle Sâmara (Contato: keyleferreira@bol.com.br)

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  2. Esse poema "No Mucuripe" não é de Alba Valdez.

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  3. acho que você colocou a data de nascimento dela errada, eu já pesquisei em várias fontes e todas dizem que ela nasceu em 12 de dezembro de 1874, não no dia 19. poderia me confirmar se isso é um erro mesmo?

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    1. Você está correto, a data de nascimento é 12/12/1874. Há registros em jornais e textos dda própria autora afirmando ser esta a data de seu aniversário.

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